ESTE BLOG MONTA OS GUARDA-ROUPAS, ADEREÇOS E LUXOS QUE NASCEM NAS PÁGINAS DE LIVROS E ENFEITAM NOSSA IMAGINAÇÃO.

sábado, 12 de dezembro de 2009

O estilo governanta em versão sexy

Office style, a reinvenção de Jane Eyre




O estilo governanta chega aos escritórios


O office style é, sem dúvida, uma reinterpretação do estilo governanta. A administradora da casa vira administradora do escritório.
O filme é "Se meu apartamento falasse", de Billy Wilder, com Shirley MacLaine e Jack Lemmon.

Governantas na virada do século




Mary Poppins, a governanta perfeita, vivida por Julie Andrews, dá uma boa mostra do estilo governanta.


O uniforme das governantas vitorianas


Personagem: Jane Eyre




Criação de Charlotte Brontë, Jane Eyre, protagonista do romance homônimo é o símbolo da mulher discreta, mas firme em suas posições, severa, mas romântica, ao mesmo tempo. Num tempo em que a mulher sem dotes de uma família era naturalmente empurrada para o serviço da sociedade, ser governanta ou preceptora era uma posição honrosa que rimava com celibato forçado. O trecho abaixo, extraído do livro, mostra o contraste entre a vestimenta da jovem pupila e a da governanta, sem enfeites e em cores sóbrias.

“ Foi com certo temor que percebi que se aproximava a hora em que deveria me dirigir com minha incumbência para a sala de visitas. Adèle estivera em êxtase todo o dia, depois de ouvir que deveria ser apresentada às damas à noite; e foi só quando Sophie começou a operação de vesti-la que ela se acalmou. Então a importância do processo logo a deixou sóbria, e no momento em que seus cachos estavam arrumados num belo penteado, ela já com o vestido de cetim rosa, a longa faixa amarrada, e as luvas de renda ajustadas, a menina parecia austera como qualquer juiz. Não havia necessidade de recomendar-lhe que não desarranjasse o traje: estando vestida, sentou-se a afetadamente em sua pequena cadeira, tomando antes o cuidado de levantar a saia de cetim com medo de amassá-la, e me assegurou que não se moveria até que eu estivesse pronta. O que não demorou muito: num instante eu havia colocado meu melhor vestido ( o cinza, aquele comprado para o casamento da srta. Temple e nunca mais usado desde então); também tinha penteado o cabelo e colocado o meu único adorno, o broche de pérolas. Descemos.”




domingo, 29 de novembro de 2009

O visual Regência completo: clean e recatado, mas convidando pretendentes.

A mule de Austen, versão Mandarine shoes

Os cabelos de Austen vão à balada e à festa gótica


Tentativas de modernizar a Regência de Austen




Gala também está valendo

Vestidos Regência inglesa são ideais para noivas


Austen no cinema




"Razão e sensibilidade" (1995), com Kate Winslet fazendo o papel de Marianne Dashwood.
"Orgulho e preconceito" (2005), com Keira Knightley fazendo o papel de Elizabeth Bennet.

Personagens: Elizabeth Bennet e Marianne Dashwood




Elizabeth Bennet é a protagonista de "Orgulho e preconceito", Marianne Dashwood a irmã sensível de "Razão e sensibilidade". Nos dois livros, a marca da arte de Jane Austen: observação sutil da sociedade do início do século XIX, com seus modos e manias, temperada por um humor perturbador. Analista precisa da natureza humana, as obras de Austen se provaram, com o passar do tempo, uma lente ideal para analisar outras épocas. Não é à toa que tem sido adaptada inúmeras vezes, e sempre com sucesso, para o cinema e a televisão, e gerado subprodutos agradáveis como "O clube de leitura de Jane Austen" ou iconoclastas como "Orgulho e preconceito e zumbis", uma versão trash da história de amor de Elizabeth e Mr.Darcy. Sem falar nas citações em bestsellers como "O diário de Bridget Jones".
Elizabeth é sensata, irônica e orgulhosa a mais não poder. Marianne é romântica e disposta a morrer por amor. Embalando suas histórias, a moda do período da Regência inglesa, pouquissimo citada por Jane Austen em seus livros, mas exaustivamente explorada nas suas versões para as telas.

sábado, 12 de setembro de 2009

Reinvenções da moda Karênina







Bonecas Karênina


Karênina Russian fashion


A bolsa Karenina, invenção Dior




Personagem: Ana Karênina







Ana Karênina no cinema, nas versões de Greta Garbo, Vivien Leigh, Jacqueline Bisset e Sophie Marceau. E numa versão de época. Coquette e frágil, em todas elas.





Pode uma mulher que tem tudo: posição, casamento e prestígio, deitar tudo a perder por uma paixão tola e caprichosa? Pode.

Que Ana Karênina é sinônimo de estilo, ninguém duvida. É assim que Tólstoi a apresenta, como símbolo de elegância, aos olhos da ingênua e virginal princesa Kitty. Chique, "cool", descrita pelo escritor nos mínimos e preciosos detalhes. Como essa visão abaixo, colhida num baile.
Esta não estava vestida de lilás, como tanto teria desejado Kitty. Uma toalete de veludo preto, muito decotada, desnudava-lhe os ombros esculturais, que lembravam velho marfim, assim como o colo e os braços roliços, de pulsos finos. Rendas de Veneza lhe guarneciam o vestido. Nos cabelos negros, sem postiços, ostentava uma grinalda de amores perfeitos, combinando com outra que lhe adornava a fita preta do cinto, rematada por rendas brancas. Estava penteada com muita simplicidade. Apenas alguns caracóis de cabelo frisado na nuca e nas fontes se lhe eriçavam, rebeldes. Em volta do pescoço bem torneado brilhava um fio de pérolas (TOLSTOI, 1971, p.82).

Tólstoi, Leon. "Ana Karênina".

segunda-feira, 17 de agosto de 2009


coleção da Lancôme inspirada em Madame Bovary, Brigitte Bardot e Marie Curie, segundo o estilista, Aaron De Mey.

O anel de Madame Bovary



Esta dica vem do site www.modcloth.com, de roupas vintage. Por cerca de 12 dólares, a candidata a Madame Bovary pode "entregar-se a sonhos de grandiosidade, com um anel reminiscente de uma loja de antiguidades. Ideal para bailes, passeios por shoppings, uma pedra oval branca ou alaranjada incrustada em filigrana dourada. Certamente dará um toque de nobreza ao seu dedo".


A personagem e seu perfume

Infusion d'Iris, de Prada.

Prada_iris_2

"Eram negros quando ela estava na sombra e azul escuro quando à luz do dia". Há semelhança entre a descrição de Flaubert, dos olhos de Emma Bovary e o perfume de Prada? Para o articulista de um site de moda, sim. Afinal, o perfume tem nuances diversas, Emma Bovary, também.


Não é a roupa que a define, mas a compulsão pelo luxo, o desvario e o adultério. O consumo sem limites, até ao ponto da dívida e da morte.

À medida que Emma descobre as delícias do amor escuso, ela passa a esbanjar, trajando, na descrição de Flaubert, um nada reles “vestido de verão de quatro folhos, amarelo, de talhe longo e roda larga”, e “um robe de chambre aberto de alto a baixo, que deixava ver, por entre as aberturas do corpete, uma camisola plissada, com três botões dourados”, um cinto de “grandes borlas” e chinelinhas grená “com laços de fita larga” (FLAUBERT, p.63 e p.126). Para fugir com o amante, ela procura L’heureux, o fornecedor/agiota e lhe pede, insensatamente que lhe venda “uma capa larga, de gola grande e forrada” (FLAUBERT, p.187).

Flaubert, Gustave. "Madame Bovary".

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Personagem: Emma Bovary

































Uma personagem, várias interpretações.
Contemporânea,
ilustrada, em livro, no cinema,
primeira versão (1949), dirigida por Vincent Minelli, com Jennifer Jones; na segunda versão,
(1991), dirigida por Claude Chabrol, com Isabelle Huppert.