ESTE BLOG MONTA OS GUARDA-ROUPAS, ADEREÇOS E LUXOS QUE NASCEM NAS PÁGINAS DE LIVROS E ENFEITAM NOSSA IMAGINAÇÃO.

domingo, 10 de junho de 2012

Releituras das roupas da Menina

top sider Christian Laboutin






coleção Primavera 2012 : primeira imagem, Ralph Lauren; segunda imagem, Alberta Ferretti.

O vestido da Menina

O vestido da Menina é de seda, mas já gasto. É um vestido década de 20, leve, apropriado para o clima tropical da Indochina.






Os sapatos da Menina

Sapatos de lamê dourado, um luxo dos anos 20-30, quando se passa a história de O amante.






sábado, 9 de junho de 2012

O chapéu da Menina






O  chapéu da Menina, tão característico, por ser uma peça masculina. Como o chapéu Fedora de Nicole Kidman, na foto acima. Ou o de Catherine Deneuve no filme Indochine (1992).


quinta-feira, 7 de junho de 2012

Personagem: A Menina

Como esquecer a Menina sem nome, que surge em O amante, de Marguerite Duras e que teria sido inspirada na mãe da própria autora? A garota que conhece o sexo, mas não o amor. Trajada com suas incongruências, ela junta um vestido de seda já usado, com sapatos de lamê dourado, sapatos “de noite enfeitados com pequenos strass”, e um chapéu, “masculino com as abas retas e lisas, um feltro macio cor de pau-rosa com uma larga fita preta” o que lhe empresta ambigüidade e ousadia: “nenhuma mulher, nenhuma moça usava chapéu masculino na colônia. Nenhuma nativa tampouco”. Com eles, ela constrói uma imagem imagem híbrida, só sua. E o chapéu é um ponto importante nesta construção, pois, a narradora deixa claro, quando ela pega o chapéu, não me separo mais dele, eu o tenho, tenho esse chapéu que me faz sentir inteira com ele, não o deixo mais. Quanto aos sapatos, deve ter sido meio parecido, mas depois do chapéu. Eles contradizem o chapéu, tal como o chapéu contradiz o corpo franzino, portanto são bons para mim. Também não os deixo mais, vou a todos os lugares com esses sapatos, esse chapéu, na rua, toda hora, em todo lugar, vou à cidade. Num fluxo de consciência, pesado de recordações, mas propositalmente destituído de afeto, Marguerite Duras mostrou que era possível atualizar o nouveu-roman e ganhar o prêmio Goncourt de 1984, e as listas de mais vendidos, ao mesmo tempo.